Ditadura

Conselho de Ética rejeita processo contra Bolsonaro por elogiar Ustra

Foram 11 votos pelo arquivamento da representação e apenas um pela continuação do processo na Câmara

Fábio Rodrigues Pozzebom/abr/fotos públicas

Jair Bolsonaro defendeu, em plenário, o coronel Ustra, apontado por tortura e envolvimento em mortes na ditadura

São Paulo – Foi “livre expressão”, concluiu o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, ao arquivar hoje (9) representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por ter defendido, em plenário, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado por tortura e envolvimento em mortes durante a ditadura. Foram 11 votos a favor do arquivamento e apenas um pela continuação do processo: exatamente o do relator, Odorico Monteiro (Pros-CE), que acatou a representação feita pelo PV – o partido acusava Bolsonaro de quebra do decoro parlamentar, por fazer “apologia ao crime de leitura”.

O episódio ocorreu em abril, durante votação da abertura do processo de impeachment da agora ex-presidenta Dilma Rousseff, na Câmara. Entre outras citações, o deputado dedicou seu voto à memória de Ustra, que morreu em 2015. Ontem, em sessão do Conselho de Ética, chamou o militar de “herói brasileiro”.

“O que está em julgamento é a inviolabilidade da fala do parlamentar. Se ela pode ser censurada. Não me parece razoável”, disse o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que teve seu relatório, pela inadmissibilidade do pedido, aprovado por 9 a 1.