Ambiente

Mãos na terra que há um património com mais de 2.500 novas árvores a ser plantado

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Podem já existir muitas árvores no Parque da Cidade, mas, se há certeza que a Sofia e o Gonçalo têm, é de que, mesmo daqui a muitos anos, saberão sempre quais foram as que eles próprios plantaram. Com mais ou menos força para pegar na enxada, mas muita vontade de pôr as mãos na terra, as crianças da Escola Básica dos Correios ajudaram a dar vida a cerca de 150 azinheiras, azevinhos e nogueiras. Agora, cabe ao Município do Porto, e outros parceiros, plantar, nos parques e ruas da cidade, mais umas quantas. Serão, precisamente, 2.544 novos exemplares de um "património único", que já conta mais de 66 mil árvores.

A cara de espanto quando sabem que os altos eucaliptos, ali ao lado das pequenas plantas que estão a colocar na terra, têm mais de 70 anos, contrasta com o conhecimento que mostram sobre como o composto que juntam à plantação é feito com o lixo orgânico que separam em casa ou na escola. Também na matéria sobre a importância das árvores para a vida, levam todos nota máxima.

Poder-se-ia dizer que aquele momento, na manhã desta terça-feira, marca o início de vida destas árvores, mas o processo começou mais atrás…nas rolhas das garrafas. Isto porque as 1.351 árvores que o Município do Porto vai plantar no Parque da Cidade, no Parque Oriental, no Parque de S. Roque, na Quinta de Bonjóia, no Parque do Covelo ou nos Jardins do Palácio de Cristal são o resultado da campanha “Rolha a rolha, semeie a recolha”.

O projeto, que junta a Porto Ambiente, a LIPOR e a Quercus, é, assume o vice-presidente da Câmara, "muito importante porque pretende dar uma vida às rolhas que nós todos utilizamos, nomeadamente nos estabelecimentos comerciais, na restauração", dando uma nova vida a um recurso "endógeno, que todos valorizamos muito, que é a cortiça, essencial para a nossa indústria, ainda para mais uma indústria muito sustentável".

Estamos a continuar a cultivar a floresta urbana do Porto e a engrandecer, ainda mais, aquilo que é um património único que a cidade tem”

Com 61 espaços aderentes, foram recolhidas cerca de 67.500 rolhas, o equivalente a 337,7 quilos. Por cada 50 rolhas recolhidas, há uma árvore que é atribuída ao Município.

"É uma forma de recolher o final deste produto e voltar a inseri-lo na cadeia", sublinha Filipe Araújo, satisfeito com os "números já expressivos" alcançados por todos e considerando a importância de "a própria população perceber a necessidade de estarmos continuamente a fazer estas plantações”.

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Outras 1.193 novas árvores estão a espalhar-se pela cidade

Enaltecendo, igualmente, a associação de algumas empresas neste processo de plantação, o também vereador do Ambiente e Transição Climática lembra como "a cidade tem trabalhado muito neste tema da reciclagem e da reutilização". "Todos os anos temos batido recordes, o que é bom, quer dizer que a população toda do Porto tem estado empenhada em melhorar a reciclagem", sublinha.

Ainda este mês, entram em ação – ou na terra do Parque do Covelo – as mãos dos alunos da Escola do Falcão. As ações dão sequência ao trabalho permanente do Município do Porto para expandir, monitorizar e manter o arvoredo da cidade. É que, além destas, a época de plantação de árvores (de novembro a maio) vai trazer às ruas do Porto outros 1.193 novos exemplares de azevinhos, carvalhos, amieiros, medronheiros, nogueiras-negras, teixos e salgueiros. Cerca de metade dessa meta já é visível.

"Estamos a continuar a cultivar a floresta urbana do Porto e a engrandecer, ainda mais, aquilo que é um património único que a cidade tem", reforça Filipe Araújo.